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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Pessoas desinteressadas no que você tem a dizer

Escrevo este post em razão de um determinado tipo de conduta que ocorre com uma certa frequência; por percebê-lo, senti-me impelido a tecer alguns comentários.

A conduta à qual me refiro é quando a pessoa "conversa" com você. Por que as aspas? Bom, para mim, uma conversação se dá quando há dois ou mais interlocutores, um deles será o emissor, que transmitirá a mensagem; os demais, receptores, que receberão e compreenderão a mensagem, podendo ou não, com base no entendimento da mensagem recebida, respondê-la.

Acontece que em muitos casos o seu interlocutor pouco se importa com o que está sendo-lhe dito. O ato de conversar consiste unicamente em exprimir suas próprias opiniões,convicções e idéias, sendo você, a pessoa com a qual ele está dialogando, meramente alguém para ouvi-lo e cujas opiniões não importam.

Quais evidências tornam possível a identificação de que a pessoa com a qual você fala tem este tipo de comportamento? Dar-lhes-ei um exemplo:

Suponhamos que eu queira dizer que Sócrates é mortal. Para defender esta minha convicção, utilizo-me do célebre silogismo:

Todo homem é mortal.
Sócrates é um homem
logo, Sócrates é mortal.

Percebam que minha intenção é concluir que Sócrates é mortal, sendo esta a mensagem que intento comunicar. Todavia, antes mesmo de declarar a segunda premissa, o tipo de pessoa em comento sobreporia minha fala com uma reposta tal como: "É, mas as mulheres também são mortais! Embora as mulheres vivam em média mais que os homens! Eu acho que as mulheres são mais preparadas para o mercado de trabalho que os homens!!!!"; cometendo, por conseguinte, uma violenta digressão do assunto originalmente tencionado (da mortalidade de Sócrates para guerra dos sexos), ainda que aparentemente ela esteja comentando os seus dizeres.

Ou seja, não se espera a conclusão do seu raciocínio, interrompendo-lo e "comentando" acerca de uma de suas premissas, cuja função original pretendida é somente acessória à sua conclusão. Esta, com a perda do rumo da conversa, acaba também sendo perdida e não comunicada. O problema é agravado com um número maior de pessoas.

Creio que para este tipo de pessoa a melhor forma de discurso é o monólogo.

2 comentários:

  1. Belo post, meu caro mano gêmeo Poti.

    Aliás, a melhor estratégia que tenho adotado nessas situações é o fingimento. Quando há um monólogo incessante, "ouço" (aspas intencionais) até que se acabe o mesmo. Nem me dou mais o trabalho de expor meus pontos de vista ou fazer comentários com a intenção de desenvolver a conversa.

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  2. Conheço pessoas assim '-' hahaha XD

    Eu me irrito com as pessoas xD e depois elas não entendem o por que! :P

    Tem gente que precisa aprender a ouvir para poder falar alguma coisa que não seja já as frases que sempre são ditas por todos e repetidas :P

    beso!!! :]

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