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terça-feira, 15 de março de 2011

Kardecismo/Espiritismo

León Hippolyte Denizard Rivail ou, simplesmente, Allan Kardec.



Bom, para começar, falarei sobre uma das "religiões" de transe (ou de possessão) que se destacam no cenário nacional: O Kardecismo/Espiritismo. A denominação Kardecismo vem do Francês León Hippolyte Denizard Rivail(1804-1869), cujo pseudônimo é Allan Kardec. Allan Kardec não recebe o epíteto de pai ou fundador do espiritismo, pois o que ele fez foi somente condificá-lo, já que os fatos espíritas já existiam e se espalharam pelo mundo antes do francês. Desta forma, a doutrina espírita nasce com a comunicação dos espíritos desencarnados (os mortos) com os encarnados (vivos).

O Kardecismo/Espiritismo é uma doutrina que acredita no mundo de espíritos e na possibilidade de contato com eles. Este contato se dá durante sessões, através de pessoas especiais, os médiuns. Eles entram em transe mediúnico, isto é, os espíritos se comunicam através deles; isto pode ser feito também através da psicografia, ato no qual o espírito controla a caneta do médium, comunicando-se com os vivos.

Além disso, há também o passe, uma espécie de leve exorcismo, aplicados pelos dirigentes ou médiuns em transe a uma pessoa, visando afastar influências negativas e transmitir energia espiritual positiva.

Deus é visto como o ser e o fim supremo. É a meta do processo evolutivo e de purificação dos espíritos. Compartilhando com o Hinduísmo a creença na reencarnação e a concepção de Karma, no espirítismo estamos destinados a reencarnar várias vezes, até que nós atinjamos a perfeição espiritual; isto, entretanto, se dá de acordo com nossas ações (karma). Durante esse processo, passaremos por vários planos, escalonados de acordo com o nível de perfeição espíritual, dos menos evoluídos e mais próximos à materia aos mais evoluídos e espirituais. Dentro dessa classificação, a Terra estaria nos níveis mais baixos.

Doutrinamente sincrético, O Kardecismo/Espiritismo tem uma ética inspirada nos evangelhos: a caridade e amor ao próximo. Esta é a melhor forma de expiarmos nossas obrigações cármicas. Para o espiritismo, Jesus é o espírito mais evoluído que encarnou aqui na terra. Todos os espíritos, tanto encarnados quanto desencarnados, estão sujeitos a essa ética, o que significa que também contamos com a ajuda dos últimos no nosso processo evolutivo.

O espiritismo chegou no Brasil na segunda metade do século XIX. Em 1870 surgiram as principais organizações do espiritismo no Brasil, no Rio de Janeiro e na Bahia. Realçou-se aqui, mais o lado religioso moralizante da doutrina, em detrimento dos lados terapêuticos e "científicos". O espíritismo teria nascido como uma ciência dos espíritos, que trata dos fatos espíritas, isto é, o surgimento, o destino, e a relação dos espíritos com o mundo dos vivos, os quais seriam passíveis de observação e experimentação. Assim, a condificação da doutrina se deu após passar pelo crivo racional e lógico de Allan Kardec, que era um respeitado homem da ciência. O próprio pseudônimo foi adotado justamente para que não fosse aceita somente pelo prestígio e status do autor, mas sim pela sua coerência e lógica.

A verdade é que muitos monitoramentos de sessões espíritas chegaram à conclusão de se tratar de charlatanismo. Mesmo quando médium atua honestamente, muitas vezes o que acontece é apenas seu subconsciente falando, como em um processo de hipnose. Todavia, existem pessoas que falam terem vivido experiências extrasensoriais, é dizer, "viveram" por um momento fora do seu corpo, chegando inclusive a vê-lo. Estes fatos reforçam a crença no espiritismo.

O Espiritismo também já foi conhecido como Alto Espiritismo, por oposição à umbanda, preconceituosamente chamada de baixo espiritismo (também é uma religião de transe).

sábado, 12 de março de 2011

Brasil e Religião

Tencionando não tornar este blog em mais um blog inativo, estabeleci a meta de escrever pelo menos um post a cada dois dias. Neste post, vos escreverei a respeito da religião no Brasil. Primeiramente, gostaria indicar a fonte da qual "chupinharei" as informações. Trata-se do apêndice encontrado no Livro das Religiões. Este foi escrito pelo Jostein Gaarder, Henry Notaker e Victor Hellern; aquele, pelo Professor Antônio Flavio Pierucci, da USP. Portanto, caso vós vos interesseis, leiam e prestigiem o texto do professor.

Todos sabemos que o Brasil é um país bastante religioso. Isto pode ser visto, por exemplo, na última eleição para presidente, na qual a questão do aborto foi utilizada como estratégia para angariar votos, apelando para a crença religiosa das pessoas. Além disso, há vários parlamentares que defendem interesses cristãos, fatos que nos fazem questionar a "laicidade" do nosso estado.

Podemos dizer que o Brasil é um país sobremaneira católico. No entanto, esta é a religião que mais perde adeptos, ao passo que o protestantismo, principalmente o pentecostalismo, vem ganhando força. Por conseguinte, é mais fácil dizermos que o Brasil é um país Cristão, de diversidade Cristã.

Falando em diversidade, ainda que nosso país seja eminentemente cristão, há uma grande diversidade de religiões,dentre as quais podemos encontar, por exemplo,o judaísmo, islamismo, budismo e várias outras. Dentre elas, podemos destacar o Kardecismo e as religiões Afro-Brasileiras, que são as crenças não cristãs que têm mais força no nosso cenário religioso.

No próximo post, começarei a esmiuçar um pouco cada uma delas.